Presidente enfrenta aumento de greves e insatisfação entre os trabalhadores enquanto tenta reforçar promessas antigas em evento sindical.
Introdução:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta quarta-feira (1º), de um ato promovido pelas Centrais Sindicais em celebração ao Dia do Trabalhador. O evento acontece em meio ao aumento de greves no país, com 39 instituições federais de ensino paralisadas, por exemplo.
O petista, contudo, não deve falar sobre essas questões. Ao invés disso, ele poderá priorizar a "propaganda" de seu governo e deve reforçar antigas promessas já feitas aos trabalhadores.
A crescente onda de greves:
As greves de professores universitários já afetam quase todos os estados brasileiros. O grupo pede a reestruturação da carreira, a recomposição do orçamento da Educação e dos reajustes salariais da categoria.
Na avaliação de Antônio Testa, doutor em Sociologia e consultor político independente, a insatisfação também parte de promessas não cumpridas pelo governo Lula que, ainda que possua raízes sindicalistas, tem apresentado dificuldade em agradar à classe trabalhadora.
A era de greves sob Lula:
Apesar do discurso sindicalista do presidente Lula, o mandatário encerrou o ano de 2023 com mais greves que seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, o primeiro ano de seu mandato.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostraram um aumento de 12% nas graves realizadas por servidores públicos no comparativo de 2023 e 2019 — foram 629 paralisações e greves no primeiro ano do terceiro mandato de Lula, contra 566 no primeiro ano de Bolsonaro.
Impactos além do funcionalismo público:
Na avaliação de Antônio Testa, essa insatisfação também pode acabar atingindo setores do funcionalismo público até de outras esferas, como a estadual e a municipal, em áreas como Educação e Segurança Pública.
"Toda essa situação gera um desgaste muito grande, porque quando as universidades federais entram em greve, a tendência é de que o ensino médio e depois o ensino fundamental também entrem [...] O sistema de saúde já tem colapsado com os altos casos de dengue [...] E pode se esperar até que [alguns servidores] do sistema de segurança pública também entrem em greve. E isso vai abalar profundamente a rotina da família brasileira", pontua.
Promessas não cumpridas e o descontentamento dos trabalhadores:
Antônio Testa destaca que, apesar do discurso sindicalista de Lula, as promessas feitas aos trabalhadores muitas vezes não são cumpridas. "A situação no país se mostra difícil, mas Lula deve se voltar a essas lideranças [sindicais] e impor o seu clássico discurso de presidente.
Ele deve concordar que a situação está difícil e vai prometer fazer um milagre econômico. Vai dizer que tentará fazer com que algumas emendas saiam, vai prometer aumentos, restituição salarial... Mas nada disso vai acontecer. Como presidente, ele tem essa capacidade de seduzir essas esferas. É muito provável que ele vai fazer esse discurso e as pessoas vão acreditar".
Conclusão:
O evento sindical que contará com a presença do presidente Lula acontece em um momento delicado, marcado pelo aumento das greves e pela insatisfação dos trabalhadores.
Apesar do discurso sindicalista, o governo Lula tem enfrentado dificuldades em cumprir as promessas feitas à classe trabalhadora. Enquanto isso, o descontentamento cresce, podendo afetar não só o funcionalismo público, mas também diversos setores da sociedade brasileira.
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